terça-feira, 7 de junho de 2011

Apenas amigos.

“Deixa eu te abraçar?”
“Talvez”
“Deixa eu te beijar?”
“Porque deixaria?”
E ela sorriu o sorriso mais lindo e aberto que pôde - o mais completo sim que podia dar, ele sabia disso. Quando ela finalmente relaxava os músculos da face, deslizando os lábios para aquele sorrisinho torto, sapeca, e ele sentia aquela vertigem repentina, ou melhor:  tonteira mesmo que vertigem é coisa de mulherzinha...
Ah, aquilo era um sim...
E aí ela foi chegando mais perto – como adorava aquele cheiro que ela tinha, simplesmente não sabia como resistira até então...

E bagunçou seu cabelo com os dedos de cetim – droga, não conseguia se mover, porquê? Era mesmo um frouxo...

E lhe olhou nos olhos – “Faz alguma coisa, idiota, não é isso que você queria?” Há tanto tempo imaginava esse momento...

 Não contava com que seu próprio corpo pudesse reagir assim. Paralisia total.
Já lhe sentia o hálito a poucos centímetros quando seu corpo lembrou de se mover,  e retomando o controle dos movimentos, a beijou.

E era o céu, era luz, era o ar! Bom, na verdade não podia ser o ar porque quase sufocaram de tanto tempo que ficaram grudados, descontando aquela época em que fingiam, dissimulavam, atuavam pra se ignorar quando na verdade...

“É, acho que te amo”.
“Pois eu tenho certeza de que você me ama”.
“Hum, convencida”.
“Também te amo”.

E se beijaram de novo. E de novo, e de novo, e de novo, e de novo e de novo...
E eu podia ficar aqui escrevendo um milhão de “de novos” a noite inteira. Mas acho que vou dormir.