garimpo
poemas
que me
entreguem teu corpo em palavras
que transformem
em imagem memórias vagas
que encarnem
em mim ideias guardadas
construo fonemas
que decifrem
os signos que não vi em teu rosto
que inventem
o que o que não vejo, te deixem exposto
que em meus
sentidos produzam teu gosto
eu caço
palavras
que me falem
de curvas que os olhos não percorreram
que em
minhas mãos escrevam o que não viveram
que me adivinhem
daquilo que não morreram
eu teço as
falas
que me
arranhem com letras que um dia inventei
que me
dissolvam nos olhos em que não morei
que me ponham
no abraço que devaneei
*