Para iniciar a consulta, basta você agir da forma mais idiota que você puder em minha presença. Você pode abusar de sua autoridade, instituir em alguém um AI 5, tal Costa e Silva, abafar uma voz. E simplesmente porque a hierarquia lhe favorece.
Adoraria poder, como qualquer pessoa (ou pelo menos a maioria delas), só fazer cara feia e pronunciar aos gritos os piores xingamentos existentes ao ver ou ouvir algo que não me agrada.
Mas, do contrário, calo-me, e reflito.
Inicio uma enorme atividade mental na busca de alcançar a compreensão daquele ponto de vista, ideia ou atitude que me aborrece. Tento com todas as forças ver prós e contras, peso e meço cada conceito.
E, não encontrando razão para tal absurdo, inevitavelmente passo a analisar o indivíduo do qual surgiu tão confuso pensamento, tão inversa maneira de agir.
Ah, adoraria não fazê-lo, e acho até que não tenho direito de analisar a mente humana, mas é inevitável.
Eu começo a estudar o histórico daquele indivíduo, sabe? Seus tabus, medos, preconceitos, traumas...
É que qualquer decisão tomada externamente é diretamente influenciada por fatores já internalizados anteriormente. Se hoje, por exemplo, você decide não tocar numa panela fervendo é porque certamente você vivenciou experiências negativas acerca daquilo. E aí, você decide não tocar na panela para evitar uma possível queimadura. Parece um simples mecanismo de defesa, não é mesmo?
Bom, sobre a panela quente, você tem absoluta razão em não tocar. Você internalizou um conceito benéfico, aproveitável. Porém, da mesma forma que internaliza-se um conceito positivo por uma percepção positiva, por uma percepção errada pode-se também, internalizar conceitos negativos, doentios.
E é aí que nascem os medos, traumas e tabus.
Dessa forma, cada vez que alguém me impõe suas decisões de forma arbitrária e absolutista, o que ela consegue, na prática, é uma análise psicológica gratuita.
Portanto, caro cidadão, se não quiser deitar-se no meu divã, fundamente suas ideias, convença-me.
Do contrário, seu autoritarismo só servirá para fortalecer minha ideologia.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Coisas da vida
Viver é invariavelmente belo. Não é à toa que tantos poetas insistem em dizer que a vida é bonita. Todos eles, de tanto olhar, sentir e viver, chegam à mesma conclusão...
A simples descrição dos processos químicos da vida é inebriante, pura poesia, perfeição encontrada unicamente nas obras divinas...
Como o ar que respiramos sabe exatamente para onde seguir?
Como o carbono que produzimos parece ter plena consciência de que seu lugar não é em nosso corpo, mas no ar, para que as bailantes folhas verdes das árvores o devorem em fotossíntese?
Como é que a chuva cai?
Como é que sol não cansa de nascer?
Como é que as andorinhas fazem aquele espetáculo no céu sem nem precisar ensaiar?
Porque é que o vento insiste em soprar, e em fazer a onda do mar quebrar, o suor evaporar e o cabelo emaranhar?
E a cores do crepúsculo, quais são?
Será que dá pra descrever a beleza do luar?
O saber científico pode até tentar explicar, testar, comprovar. Mas não desejo respostas. Viver ultrapassa qualquer entendimento. Não é na solidez da certeza onde desejo morar: prefiro o nômade, o incerto. A permanência sequer existe, exceto em Deus. É a fluidez do mutável que faz este mundo tão belo.
A vida é um interminável espetáculo de dança onde cada bailarino sabe exatamente quando e como desempenhar seu papel, todos indispensáveis para manter a harmonia deste palco imenso ao qual chamamos universo...
E cabe a nós, mortais, simplesmente viver.
.
A simples descrição dos processos químicos da vida é inebriante, pura poesia, perfeição encontrada unicamente nas obras divinas...
Como o ar que respiramos sabe exatamente para onde seguir?
Como o carbono que produzimos parece ter plena consciência de que seu lugar não é em nosso corpo, mas no ar, para que as bailantes folhas verdes das árvores o devorem em fotossíntese?
Como é que a chuva cai?
Como é que sol não cansa de nascer?
Como é que as andorinhas fazem aquele espetáculo no céu sem nem precisar ensaiar?
Porque é que o vento insiste em soprar, e em fazer a onda do mar quebrar, o suor evaporar e o cabelo emaranhar?
E a cores do crepúsculo, quais são?
Será que dá pra descrever a beleza do luar?
O saber científico pode até tentar explicar, testar, comprovar. Mas não desejo respostas. Viver ultrapassa qualquer entendimento. Não é na solidez da certeza onde desejo morar: prefiro o nômade, o incerto. A permanência sequer existe, exceto em Deus. É a fluidez do mutável que faz este mundo tão belo.
A vida é um interminável espetáculo de dança onde cada bailarino sabe exatamente quando e como desempenhar seu papel, todos indispensáveis para manter a harmonia deste palco imenso ao qual chamamos universo...
E cabe a nós, mortais, simplesmente viver.
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