Ainda existe gente
Que troca abraços gratuitos
Que cria laços indissolutos
Que ama fora de seus redutos
Ainda existe essa gente
Que se bota a forçar as cordas
Que rompe limites e bordas
Que costura afetos nos fios das notas
Ainda existe este olho-coragem
Que se mantêm no meu
Que me traz à margem
Que me vê quem sou
Que ainda assim fica
Que ainda assim se dá
Que dá de ombros pros meus desajustes
Que me vê integral
Humana e ambivalente
Volúvel e fugidia
Insegura
De carne
Ainda assim restam olhos-laços
Que enxergam tudo isso
Só como ser gente
Só como ser parte
Os desvios da mente
e as estrias do corpo
As inconsistências
e as belezas
Todos os fragmentos
de um pacote inteiro de vida.
sem propor culpa
ofertam presença e mais nada.
(isto é graça que basta)
***
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