Quando o céu parece baixo demais e todos os passos, acelerados,
Quando a rotação da terra não nos chega nos nós,
Quando todos os pássaros estão ausentes,
Ciganas e feiticeiras, dançamos.
Riscamos o ar com a ponta dos dedos e o chão com os pés, em círculos capazes de reestruturar a dinâmica da existência, em bamboleios sonoros sincronizados com a matéria constitutiva do universo.
Mergulha-se no vento como quem parte ao meio todo um mar, como quem sabe da densidade de todos os oceanos.
Como quem domina todas as leis da física e pode por isso superá-las.
E cria, a partir delas, jeitos novos e lentos para existir no agora.
Reconhece-se uma irmã pelos olhos e pelas mãos:
Tudo nela dança.
P.s.:
Não há domínio sobre lei nenhuma,
e não há mística maior que dançar a vida e o que nela há pra dançar.
Nada está sob controle porque tudo dança.
* * *
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